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Caso Vini: “É impossível a construção da paz numa sociedade racista”, afirma Dom Zanoni



POR “ROSINHA MARTINS


O Bispo Referencial da Pastoral Afro, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da América Latina e bispo de Feira de Santana, BA, Dom Zanoni Demettino Castro, em entrevista ao Vida Esportiva, da Rede Vida de Televisão, lamentou os atos de racismo ao jogador brasileiro Vinícius Júnior, durante a partida entre Valença e Real Madri, na Espanha. “Vem surgindo e tem aumentado esses casos não só na Europa, mas em todo mundo. Uma realidade que não é tratada como anormalidade, patologia, mas como algo normal”.


Para Dom Zanoni fica impossível a construção da paz numa sociedade que reproduz e insiste em dar vida ao estilo colonialista e escravocrata de convivência com a diferença. “Não é possível a construção da paz se existe ainda as consequências, as raízes do racismo que é expressão de um tempo que não pode voltar”.


O racismo espanhol contra Vini Júnior, que diga-se de passagem, ocorre pela décima vez, percorreram mundo, foram destaques com reportagens extensas nos jornais do principais canais de TV. Para Dom Zanoni, essa relevância se deve ao fato de Vini ser um profissional famoso, mas o racismo faz parte do cotidiano da maioria da população brasileira, que é negra (56%) e questiona o papel da imprensa no combate ao racismo. “No Brasil, os negros estão acostumados com isso: com a violência da polícia, o desrespeito nos espaços públicos, nas favelas e só se torna notícia quando acontece com alguém famoso como o Vini, né?”


Como bispo referencial para as causas da população negra brasileira e latino-americana, Dom Zanoni acrescentou que a Pastoral Afro tem como tarefa, cada vez mais, combater o racismo a partir da ‘Referência’ por excelência para os cristãos, Jesus de Nazaré. “Na compreensão de Jesus que veio para que todos tenham vida, que não foi preconceituoso para com o estrangeiro, nem machista para com a mulher e amou incondicionalmente”, concluiu.


Pastoral afro-brasileira

A Pastoral afro-brasileira integra a Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz e as demais Pastorais Sociais da CNBB e tem um Bispo como referencial, que atualmente se trata de Dom Zanoni Demettino Castro. Existem outros grupos de ação que estão ligados à pastoral afro-brasileira.


De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Pastoral Afro-brasileira nasceu da necessidade de dar uma organicidade às diferentes iniciativas dos negros católicos que marcam presença na vida e missão da Igreja. Também é fruto da consciência das necessidades que vão surgindo a partir do aprofundamento do compromisso com a caminhada das comunidades negras. A Pastoral é compreendida como zelo apostólico para como o povo, sobretudo para com os povos pobres e os abandonados.


Assim, as diversas iniciativas dos negros católicos encontram na pastoral afro-brasileira um espaço de reflexão, articulação e diálogo voltados para a vivacidade e dinamicidade da ação evangelizadora da Igreja (Cf. DA, n. 97).

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