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307 itens encontrados para ""

  • 35ª Semana do Migrante terá programação on-line e mobilização nas redessociais

    Na pauta estão discussões sobre migração na infância, a questão de gênero e migração interna. A iniciativa acontece de 14 a 21 de junho. Há mais de três décadas a Semana do Migrante mobiliza pessoas, grupos e comunidades para ações que promovam acolhida, integração, defesa de direitos, além de partilha, no campo das experiências sagradas e multiculturais de todos os povos. Em sua 35ª edição, diante do cenário de crescentes fluxos migratórios, da crise sanitária e social que se intensificou para a população migrante no Brasil, com a pandemia de Covid-19, a iniciativa propõe o tema Migração e acolhida. O lema traz uma pergunta às consciências: Onde está teu irmão, tua irmã? “Como é importante refletir sobre esses nossos irmãos e irmãs que precisam do nosso apoio e do nosso espírito de comunhão. O próprio lema nos motiva a isso. Nesse tempo de pandemia de coronavírus precisamos vivenciar a solidariedade, a compaixão, precisamos testemunhar o Evangelho”, destaca o bispo da Diocese de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotrasformadora, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom José Valdeci Santos Mendes. “Quando trazemos essa inspiração bíblica no lema, a partir do livro do Gênesis, é para lembrar que Deus nos interpela: ‘Onde está o teu irmão, tua irmã?’ (Cf. Gn 4,9). Qual é minha resposta a Deus? É a mesma resposta de Caim que interpela a Deus dizendo: ‘Por acaso eu sou o guarda do meu irmão?’ Ou nossa resposta é afirmativa: Eu sou guarda do meu irmão? Precisamos nos lembrar que somos humanos. Muitas vezes, acabamos não agindo como irmãos uns dos outros, e nem nos dispomos a ajudar aqueles e aquelas que estão ao nosso redor precisando de solidariedade, consolo, amizade e presença. Não é só na pandemia que a gente faz uma ação emergencial, ajudar o outro é um ato, inclusive, que pode nos melhorar enquanto seres humanos”, afirma Roberto Saraiva, membro da coordenação colegiada executiva do Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM). “A Semana do Migrante chama a nossa atenção para o aumento do fluxo migratório e das situações de refúgio nos últimos anos. Além disso, a grave crise política e econômica que o país enfrenta, junto com a pandemia, acentua o desemprego, frustra as expectativas de quem busca uma vida mais digna, aumenta a fome, a miséria e a vulnerabilidade da população empobrecida. Entre os que mais sofrem, estão as pessoas em situação de migração. Mesmo sendo em grande quantidade, são pessoas invisíveis para o sistema. Para elas não se efetivam nem políticas públicas, nem direitos”, destaca a vice-presidente da Cáritas Brasileira, Cleusa Alves da Silva. A Semana do Migrante retoma o apelo da Campanha da Fraternidade 2020 que trouxe o lema Viu, sentiu compaixão e cuidou dele (Lc 10, 33-34). “Os irmãos e irmãs caídas à beira do caminho demandam de nós o olhar, a atenção e o cuidado. Celebrar a Semana do Migrante é uma oportunidade de aprofundar nossa espiritualidade profética e comprometida com a transformação social e com a vida de quem mais sofre, cultivando a esperança e a solidariedade”, completa a vice-presidente da Cáritas Brasileira. 35 anos do SPM “Este ano a Semana do Migrante tem um sabor de celebração, de festa, há 35 anos nascia o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), como órgão vinculado à CNBB, já com a missão de animar e promover a Semana do Migrante todos os anos. E num gesto de fidelidade à Igreja e aos migrantes, em nenhum dos anos, por mais difícil que tenha sido, mesmo diante da falta de recursos, ou algum outro elemento, não deixamos de promover o material de mobilização desse período”, celebra Roberto Saraiva. Ação conjunta Este ano a Semana do Migrante acontece a partir da integração das diversas organizações que atuam no cuidado humano, na atenção pastoral e na defesa de direitos da população migrante no Brasil. Unidos, Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Cáritas Brasileira, Serviço Pastoral do Migrante(SPM), em articulação com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), a Pastoral da Juventude Rural (PJR), o Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados (SJMR), o Instituído Migração e Direitos Humanos (IMDH) e a Missão Paz, com o apoio da 6ª Semana Social Brasileira, mobilizam a programação com celebrações e lives que se estendem de 14 a 21 de junho.

  • As Semanas Sociais Brasileiras: Mutirões de transformações sociopolíticas

    As Semanas Sociais Brasileiras: Mutirões de transformações sociopolíticas é o tema da segunda live que a 6ª Semana Social Brasileira traz para o debate, no Mutirão de Conversa. O encontro ocorre neste sábado, 13 de junho de 2020 às 16h, com a participação do assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sociotransformadora da CNBB, frei Olavio Dotto; a secretária executiva da Rede Jubileu Sul Brasil, Rosilene Wansetto e da coordenação do Grito dos Excluídos, com Ari Alberti. O debate pauta as realidades que desafiam a sociedade brasileira a dialogar, aprender, avaliar, questionar, propor saídas e a participar dos processos que definem o futuro do país, na luta por direitos essenciais. Divulgue e participe! Evento transmitido pelo Facebook ▶️ https://bit.ly/3fmAzEy

  • Programa Baixada Viva

    Tem novidade boa por aí. A partir do dia 8/6 o Fórum Grita Baixada estreia oficialmente sua série de lives pelo Instagram. Uma vez por semana (os dias dependerão da disponibilidade dxs nossxs convidadxs) um bate papo sobre as inquietações da Baixada Fluminense serão colocadas em discussão. Começando os trabalhos, convidamos o pastor evangélico e representante da ONG Casa Semestre, Vladimir de Oliveira. Nesses tempos tão obscuros, falaremos do papel da religião enquanto ferramenta de coexistência e compreensão das diferenças. Não perca!

  • Excluídos e invisíveis

    Imagem: Ian Maenfeld/ @ianmaenfeld A pandemia do Covid-19 acaba de escancarar um quadro preocupante. Milhões de pessoas no Brasil, além de excluídos, são invisíveis. Embora números e dados apontassem vagamente para esse cenário subterrâneo e periférico, ele parecia longe de nossos olhos. E portanto, longe do coração. Agora, com a novela dos R$ 600 para os setores da população em condições mais precárias, emergem os que no dia-a-dia, em lugar de morar, se escondem. O chamado “auxílio emergencial” escancarou essa realidade, ao mesmo tempo oculta, mas sob o nariz de todos. Nos porões e grotões da sociedade multidões de cidadãos não vive, apenas sobrevive. Ou melhor, vive a pulso. Cidadãos? Esse é o problema! Do ponto de vista dos serviços públicos, e em particular da saúde, formam uma espécie de “cidadãos de segunda categoria”. Excluídos ou incluídos “perversamente”, como preferem alguns estudiosos. Seu CPF, carteira de identidade e título de eleitor (quando existem) trazem o estigma perverso do “sem”. Sem terra, sem teto, sem trabalho, sem documentos, sem nome, sem rosto, sem endereço fixo, sem perspectiva de futuro!... Denominados em termos negativos pelo que não são ou não têm. O mais grave é que, em termos de quantidade eles se contam às dezenas de milhões e, em termos de qualidade, são aqueles que o Papa Francisco tem denunciado como “descartáveis”! A pandemia, apesar de seu rastro espectral de doentes e mortos, trouxe à tona essa imensa multidão de excluídos e invisíveis. Por todo o país, reuniu-os em frente às agências da Caixa Econômica Federal, não sem a humilhação de longas filas e longas horas de espera. A crise do flagelo mundial, trazendo-os à rua e à vista dos microfones, câmeras e holofotes, contribuiu para torná-los visíveis. Em tempos de vírus e de máscaras, a pandemia ajudou a desmascarar a hipocrisia e a falsidade das democracias ocidentais. Tropeçamos aqui com a função do Grito dos Excluídos! Não apenas dar voz e vez aos gemidos sussurrados e escondidos no escuro de tantas noites insones, mas também tornar visíveis os milhões de trabalhadores e trabalhadoras, migrantes e refugiados, mulheres e crianças que os países tendem a jogar para debaixo do tapete, como se fosse “lixo descartável”. Mas isso não basta. Além de fazê-los desfilar pelas ruas e praças, é preciso criar canais, ferramentas e mecanismos de conscientização, organização e mobilização. Espaços e instrumentos onde os excluídos e invisíveis sejam protagonistas ativos e, então sim, verdadeiros cidadãos. Mas pandemia e quarentena nos trazem juntas outra luz. Ajuda-nos a distinguir o que é essencial e inegociável daquilo que é supérfluo e secundário. Isso significa priorizar relações justas e igualitárias, seja entre nós, seja com outras forças vivas, seja com a natureza. Vários gestos de solidariedade, durante o isolamento social, apontam na direção de novos rumos e novas alternativas para o sistema de produção e consumo. Em vez de crescimento, lucro e acumulação do capital, a primazia socioeconômica e político-cultural deve recair sobre uma equânime distribuição do fruto do trabalho de todos. Fechadas as portas de casa devido do confinamento, aprendemos a nos comunicar pela janela e pela tela, seja esta última da televisão, do computador ou do celular. Também neste caso, abrem-se alternativas. Podemos usar as redes sociais não apenas para o ódio e a polarização agressiva, mas para o encontro, o diálogo, a solidariedade e a luta pela justiça. A paz é fruto das oportunidades de trabalho e da redistribuição de renda. Não há paz sem a garantia de uma dignidade assegurada. O que, por sua vez, chama à luta e à defesa dos direitos humanos em todos os setores da sociedade. Pe. Alfredo J. Gonçalves, cs

  • NOTA DE REPUDIO DOS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO AO SR. MINISTRO DA JUSTIÇA

    (QUE CHAMOU BOLSONARO DE PROFETA) Excelentíssimo senhor, agora Ministro da Justiça, André Mendonça, nós, profetas que atuamos fielmente e com compromisso com Deus no Antigo Testamento, viemos, por meio desta nota, REPUDIAR VEEMENTEMENTE o seu uso indevido de nosso título. No dia 29 de Abril de 2020, em ato que celebrava a sua posse como Ministro da Justiça, o senhor se referiu ao presidente Jair Bolsonaro como “um profeta no combate à criminalidade”. Pois saiba que nunca recebemos maior insulto. E denunciamos porque: Nosso irmão mais velho, Samuel, chamou atenção no capítulo 8 do seu primeiro livro, como Deus desaprova o governante que não faz outra coisa senão explorar seu povo, despreza sua vida e tem a cabeça na guerra. Pois nós sabemos que Bolsonaro é um homem que não pensa em outra coisa senão em armas, violência, militarização e elogia torturadores. Nosso irmão Elias foi ameaçado de morte e perseguido, por denunciar os abusos e a agressividade do governos de Acabe e Jezabel. Nós sabemos como Bolsonaro persegue e agride opositores, principalmente jornalistas. Você vê algum ato profético nisso? A Covid-19 ultrapassou os cinco mil mortos, e Bolsonaro se limitou a dizer apenas “E daí?”, além de colocar a vida de tantas pessoas em risco com suas exposições e zombando da quarentena e do poder letal do vírus. Lembramos do nosso irmão Jeremias, que diante de um contexto de morte e desamparo, se solidarizou e constrangeu a ponto de publicar um livro só sobre suas lamentações e dor, sua dor e a dor do povo. Nosso irmão Isaías, no capítulo 5 do seu livro, é poderosamente usado por Deus para denunciar latifundiários, poderosos donos de terras, acumuladores de terras. Bolsonaro é um aliado do latifúndio, de garimpeiros que desrespeitam terras indígenas, de fazendeiros que planejam a morte de camponeses. O jejum é a justiça, é libertar o cativo, é acolher desabrigados e amparar desamparados. Aliás, através de nosso irmão Isaías, Deus foi taxativo sobre o jejum que lhe agrada, e ele não tem nada a ver com o jejum interesseiro e anti-bíblico que Bolsonaro e Marco Feliciano convocaram. Por fim, lembramos nosso irmão Amós, e ele estava certo quando disse que “não sabem agir com justiça aqueles que amontoam opressão e violência em seus palácios”. É exatamente isto que Bolsonaro e seus filhos tem feito, com este núcleo que, fica cada vez mais evidente, age como um gabinete do ódio. Um grupo que homenageia homens violentos, torturadores, policiais comprovadamente envolvidos com milícias que assassinam e extorquem os pobres do povo do Deus. Por tudo isto, nós, PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO, exigimos que o agora ministro se retrate deste vergonhoso pronunciamento. Declaramos: Bolsonaro não é profeta, ele não tem honra, caráter e compromisso coma justiça de Deus para ser um. Conosco está Martin Luther King, Doroth Stang, Chico Mendes, Abdias do Nascimento, Cornel West, Mãe Beata, Zilda Arns, Oscar Romero, Nelson Mandela, Marielle Franco. Entende a diferença? Para nós, Bolsonaro, seus filhos e os pastores que o seguem são ladrões, víboras e traidores da do chamado de Deus à justiça. Assim diz o Senhor. Sem mais. Assinam: Samuel; Elias; Eliseu; Natan; Isaías; Jeremias; Ezequiel; Daniel; Joel; Amós; Miquéias; Naum; Habacuque; Sofonias; Zacarias; Malaquias.

  • Três vírus ou um vírus de três cabeças

    20 Março 2020 "É fácil constatar que tanto a nova pandemia quanto a irresponsabilidade crônica de nosso supremo mandatário, se cruzam e se entrelaçam de forma recíproca, resultando no aumento dos males em âmbito social, político e econômico", escreve pe. Alfredo J. Gonçalves, cs, vice-presidente do SPM. Eis o artigo. Difícil saber o que mais assusta a população brasileira que hoje ainda preserva um mínimo de bom senso: se o COVID-19 que, com a foice na mão, vai semeando medo e ceifando vidas por todos os países do planeta?!... Se a crise e os estragos previsíveis que esse novo coronavírus vem provocando e provocarão, em nível global, nas relações sociais, políticas e econômicas?!... Ou se o comportamento bizarro e egocêntrico do presidente Bolsonaro que, na contramão das orientações da OMS, dos especialistas em infectologia e de seu próprio governo, faz questão de chamar a atenção sobre si mesmo. A pergunta não é ociosa: são três vírus ou um vírus de três cabeças? Primeiro, temos o vírus COVID-19, devidamente coroado mas ameaçador, como aparece nas imagens microscópicas; depois, vem o vírus da crise socioeconômica que, com as medidas para evitar ou minimizar a contaminação, em especial o isolamento social e a quarentena, escancara a debilidade da economia capitalista mundializada; por fim, o vírus de uma atitude desdenhosa e debochada por parte de quem, no combate ao inimigo invisível, deveria estar à frente do comando e, em lugar disso, fala de histeria, procurando criar, cultivar e incentivar, direta ou indiretamente, uma inimizade visível contra os poderes democráticos instituídos. Três vírus que se fundem em um só: o vírus de um modo de produção neoliberal que, movido pelo lucro e a acumulação de capital, extrai e explora até a última gota de seiva, de suor e de sangue tanto os bens que a natureza nos proporciona, quanto a mão-de-obra humana. De um lado, o meio ambiente devastado se rebela e passa a produzir esses pequenos monstros, ao mesmo tempo invisíveis e letais; de outro lado, o ataque dos vírus se revela aterrador porque encontra as populações cada vez mais indefesas e debilitadas. Ironicamente, a história de tais ataques segue quase pari passu a trajetória do progresso. Basta olhar para os séculos mais recentes: a peste negra no final da era medieval (séculos XIV e XV), quando as rotas do capitalismo mercantil floresciam entre os países do Oriente os reinos da Europa, preparando o terreno para os progresso técnico; a gripe espanhola, logo após a Primeira Guerra Mundial, quando as nações poderosas e imperialistas disputavam as fatias mais rendosas das colônias para levar adiante os avanços gigantescos da Revolução Industrial; entre uma e outra, porém, com frequência esquecemos a dizimação dos povos indígenas e africanos entre os séculos XVI e XIX, na tentativa de consolidar metrópoles e nações do velho continente, bem como o modelo do capitalismo imperialista. Se as espadas, o tráfico negreiro e os trabalhos forçados deixaram milhares de mortos, outro tanto ocorreu com as doenças para as quais esses povos não possuíam qualquer resistência imunológica. Alguém pode concluir que o melhor seja abolir a ciência, a técnica e o progresso. Evidente que não se trata disso. Trata-se de saber com que fins usamos as ferramentas que fabricamos. Ou seja, quem decide o que produzir, como produzir e para quem produzir? Quem estabelece as prioridades da tecnologia de ponta? O humor do mercado? O poder cego do lucro? Ou, através de canais, instrumentos e mecanismos democráticos, a população com suas necessidades primordiais e seus representantes?!... Retornando ao cotidiano brasileiro, é fácil constatar que tanto a nova pandemia quanto a irresponsabilidade crônica de nosso supremo mandatário, se cruzam e se entrelaçam de forma recíproca, resultando no aumento dos males em âmbito social, político e econômico. Vê-se claramente que a instabilidade no que se refere ao comportamento de Bolsonaro – decisões que logo são desmentrês-vírus-ou-um-vírus-de-três-cabeçastidas, orientações desrespeitadas, desautorização dos próprios ministros – tem uma proporção direta com a instabilidade na área dos investimentos de infraestrutura, na área das reformas que dormem sobre a mesa do presidente, para não falar da desconfiança do setor privado em investir num terreno tão movediço e escorregadio. FONTE: http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/597262-tres-virus-ou-um-virus-de-tres-cabecas

  • “Basta de miséria, preconceito e repressão! Queremos trabalho, terra, teto e participação!”

    Por Andreza do Carmo “Basta de miséria, preconceito e repressão! Queremos trabalho, terra, teto e participação!” é lema do 26° Grito dos/as Excluídos/as. A coordenação reuniu-se hoje (28.02) em São Paulo para refletir a conjuntura e escolher o lema que irá marcar o Grito em 2020. Em meio à atual conjuntura política e econômica do governo e da sociedade, se faz necessário dar visibilidade a realidade vivida pela população marginalizada, que morre todos os dias, em decorrência da grande desigualdade imposta pelo capitalismo. Em 2020 o lema pede um basta nesse sistema degradante, que tem aumentado a miséria, fomentado o preconceito e repreendido qualquer forma de defesa a vida. Os coordenadores lembram que o grito é um processo e não um evento pontual, e que é necessário garantir a participação dos excluídos. O caminho é mobilizar, resgatar e articular as comunidades, os movimentos sociais, e toda a população contra o retrocesso, a exclusão, a violência, o desemprego, a volta da fome, e a morte. O desafio é mostrar que é possível um caminho mais justo, mais fraterno, coletivo, entendendo o valor da vida, que deve sempre estar em primeiro lugar. Desde 1995, o dia 7 de setembro é uma marca da luta social no país. É no dia da comemoração da independência do Brasil que pastorais sociais e movimentos populares vão às ruas para se manifestar sobre temas que afetam a população marginalizada e excluída. Há 26 anos, o Grito aponta lemas diferentes, mas que estão sempre relacionados ao momento político atual e a luta dos movimentos populares que constroem o processo. FONTE: http://trecheiro.rederua.org.br/basta-de-miseria-preconceito-e-repressao-queremos-trabalho-terra-teto-e-participacao-e-lema-do-26-grito-dos-as-excluidos-as/

  • Os Desmatadores Bilionários, políticos, paulistas, estrangeiros:

    Aqui estão os 25 maiores destruidores da Amazônia. Alceu Luís Castilho, Leonardo Fuhrmann 31 de Janeiro de 2020, 2h03 ​ Em parceria com “O PIOR INIMIGO DO MEIO AMBIENTE É A POBREZA”, sentenciou o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante uma apresentação no Fórum Econômico Mundial em janeiro. “As pessoas destroem o ambiente porque precisam comer”, ele disse, em Davos, na Suíça. É mentira – e a gente pode provar com números. Durante meses, nos debruçamos sobre 284.235 multas por desmatamento nos últimos 25 anos. E descobrimos que os maiores destruidores do meio ambiente – principalmente da Amazônia – não são os pobres. São algumas das pessoas mais ricas e poderosas do Brasil. ​ Dados públicos do Ibama, o órgão do governo federal responsável pela preservação do meio ambiente, compilados e analisados pelo De Olho nos Ruralistas, mostram que os 25 maiores desmatadores da história recente do país são grandes empresas, estrangeiros, políticos, uma empresa ligada a um banqueiro, frequentadores de colunas sociais no Sudeste e três exploradores de trabalho escravo. ​ Os 25 maiores desmatadores somaram mais de R$ 50 milhões em multas entre 1995 e 2019. No total, suas centenas de autuações chegam a R$ 3,58 bilhões, praticamente o orçamento do Ministério do Meio Ambiente inteiro para 2020. Corrigido, o valor chegaria a R$ 6,3 bilhões. Sozinhos, os campeões da destruição são responsáveis por quase 10% do total de multas aplicadas por devastação de flora desde 1995 – R$ 34,8 bilhões. ​ A imensa maioria deles jamais pagou suas multas e acumula outras dívidas com o poder público. Os valores, que são proporcionais à área desmatada, mostram que quem destrói a floresta não são as pessoas pobres, como defende Paulo Guedes, e que o desmatamento não é ‘cultural’, como diz Bolsonaro. A destruição é movida a dinheiro – muito dinheiro – e uma boa dose de impunidade. ​ DEVO, NÃO PAGO, VOLTO A DESMATAR ​ ​ O levantamento, feito a partir das autuações por crimes contra a flora – há outros tipos de multas no Ibama –, abrange dois grandes grupos: as pessoas físicas e jurídicas que participaram de desmatamentos e aquelas que se beneficiaram diretamente de produto vindo de área desmatada, como na compra de madeira sem certificação de origem. A enorme base de dados foi analisada a partir dos infratores que tiveram multas acima de R$ 1 milhão. Somando os valores, chegamos aos maiores multados dos últimos 25 anos. O valor base da multa na região da Amazônia Legal é de R$ 5 mil por hectare. As multas podem ser maiores quando há no lugar espécies raras ou ameaçadas de extinção ou no caso de áreas de reserva ou proteção permanente. Boa parte das multas recebidas pelos recordistas se encaixa nesses agravantes. ​ Na lista, chama a atenção a repetição de nomes. Dos 25 campeões de infrações por desmatamento do país, só um – Agropecuária Vitória Régia – recebeu uma única multa. Os outros 24 foram reincidentes. Uma das empresas que aparecem no ranking, a Cosipar, levou multas em nada menos do que 16 anos diferentes. O valor chega a R$ 156,9 milhões – destes, R$ 155 milhões ainda não foram pagos. GRILEIROS, BILIONÁRIOS E CONDENADOS Ilustração: Amanda Miranda/The Intercept Brasil ​ No ranking, o campeão das multas é o Incra, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, órgão federal responsável pelo assentamento de camponeses. Mas isso não significa que os assentados tenham sido os responsáveis pelo desmatamento: muitos locais onde foram aplicadas as multas já não são, de fato, assentamentos. Eles são focos de grilagem de terras como São Félix do Xingu, no sul do Pará: das 15 multas milionárias recebidas pelo Incra em 2012, 12 foram aplicadas no município, capital da pecuária em terras do governo federal. Como a terra não tem um dono oficial, a culpa recai sobre o órgão federal que detém sua posse. ​ Em segundo lugar no ranking está a Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, empresa dos fundos de investimentos geridos pelo banco Opportunity, de Daniel Dantas. A empresa, comandada pelo ex-cunhado de Dantas, Carlos Rodenburg, acumula multas de mais de R$ 325 milhões. Em 2009, a AgroSB, como é conhecida, declarava ser dona de mais de 500 mil hectares de terra, onde eram criadas mais de 500 mil cabeças de gado. À justiça, a empresa disse que não cometia desmatamento, mas que adquiriu áreas já degradadas. O argumento foi rejeitado, e a empresa voltou a ser autuada, em valores milionários, em 2010, 2011 e 2017. Não foi o único problema: em 2012, pessoas em condições análogas à escravidão foram resgatadas na fazenda. ​ Atualmente, a agropecuária tem dez áreas embargadas pelo Ibama para recuperação da vegetação, em Santana do Araguaia, no Pará, e São Félix do Xingu. A maior delas tem mais de 2,3 mil hectares, um território do tamanho de metade da Floresta da Tijuca, na Amazônia. Em nota ao Intercept, a AgroSB atribui diversas multas à uma “perseguição direcionada à companhia” entre 2008 e 2010. Segundo a empresa, essas multas, em sua maioria, “vêm sendo cancelados pela Justiça e pelo órgão ambiental em razão da falta de fundamentos fáticos ou jurídicos”. Segundo AgroSB, o valor das multas canceladas chega a R$ 20 milhões. ​ Daniel Dantas também tem mais um nome ligado a ele na lista: o fazendeiro Tarley Helvecio Alves, que ocupa a 18ª posição. Alves foi administrador da fazenda Caracol, de propriedade de Verônica Dantas, irmã e sócia de Daniel no banco Opportunity. Com três áreas embargadas em Cumaru do Norte, também no Pará, as multas dele chegam a R$ 70 milhões. ​ Antonio José Junqueira Vilela Filho, o terceiro da lista, é conhecido no Intercept. Em 2017, contamos como o pecuarista e sua família, frequentadores de colunas sociais em São Paulo, foram denunciados pelo Ministério Público Federal por grilagem de terras e exploração de trabalho escravo na região de Altamira, no Pará. ENTRE MULTAS E VOTOS Ilustração: Amanda Miranda/The Intercept Brasil ​ Oranking mostra que as multas não são suficientes para frear os crimes ambientais. Preso em 2014 pela Operação Castanheira, realizada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, o fazendeiro Giovany Marcelino Pascoal foi condenado por desmatamento em 2018. Não adiantou: ele voltou a ser multado pelo Ibama em 2019. Pascoal, o segundo maior reincidente da lista, atua na região de Novo Progresso, onde foi organizado em agosto passado o Dia do Fogo, ação de desmatadores em defesa do governo Bolsonaro. Desde 2010, ele aparece oito vezes nas listas daqueles com multas anuais acima de R$ 1 milhão. Ao Intercept, Pascoal disse por telefone que está recorrendo e que algumas multas não são responsabilidade dele, mas não especificou quais. Outro nome da lista é velho conhecido no rol dos reincidentes em desmatamento na Amazônia. O fazendeiro Laudelino Delio Fernandes Neto, dono da Agropecuária Vitória Régia (a nona no ranking), chegou a ser acusado de ter facilitado a fuga de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, apontado como mandante do assassinato da missionária católica Dorothy Stang em Anapu, no Pará, em 2005. Ele ainda foi denunciado pelo Ministério Público Federal por desvios de mais de R$ 7 milhões da Sudam, a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia. ​ Vice-prefeito de Anapu, eleito em 2008, e candidato a prefeito no município em 2012, Delio Fernandes declarou ao Tribunal Superior Eleitoral possuir R$ 10,2 milhões em bens, sendo R$ 9 milhões relativos a 9 mil hectares em Anapu e Senador José Porfírio. Seu irmão, Silvério Albano Fernandes, foi vice-prefeito de Altamira e teve seu nome especulado para assumir a chefia do Incra na região no governo Bolsonaro, para o qual fez campanha. Delio Fernandes não é o único político da lista. Entre os 25 maiores desmatadores, há o ex-deputado federal Antonio Dourado Cavalcanti. Deputado entre as décadas de 1950 e 1970, ele era líder do grupo do qual fazia parte a Destilaria Gameleira, com sede em Mato Grosso. A usina condenada por manter mais de mil escravos – o maior resgate de trabalhadores em condições análogas à escravidão dos últimos anos – também está no ranking. Com R$ 69 milhões em multas, ela ocupa a 19ª posição. ​ Na lista de políticos, o ranking também tem José de Castro Aguiar Filho, atual prefeito de Flora Rica, no oeste paulista, pelo MDB. Suas multas milionárias em São José do Xingu, no Mato Grosso, não o impediram de ganhar as eleições na pequena cidade com quase 80% dos votos válidos. SIDERÚRGICAS DESTROEM MAIS DO QUE MADEIREIRAS Ilustração: Amanda Miranda/The Intercept Brasil ​ Entre os 25 maiores destruidores, 13 são empresas. Onze delas têm capital aberto, listadas na Bovespa. Se engana quem pensa que madeireiras e carvoarias são as vilãs: as empresas que mais desmatam são, em sua maioria, ligadas à siderurgia e à agropecuária. Siderúrgicas são listadas porque se beneficiam diretamente da retirada de madeira para o uso do carvão. Para elas, apesar das multas – que geralmente não são pagas –, sai mais barato comprar madeira oriunda de áreas protegidas do que respeitar os devidos ritos legais de proteção ambiental. A Siderúrgica Norte Brasil S/A e a Sidepar ocupam, respectivamente, a terceira e a quarta posições no ranking, e, juntas, acumulam mais de R$ 500 milhões em multas. ​ O setor agropecuário é representado não apenas pela pecuária, mas também por causa da produção de soja em larga escala. Também é comum que o mesmo empresário tenha uma madeireira e uma empresa de grãos, ou crie gado e, ao mesmo tempo, tenha uma companhia de outro setor – de bancos a empreiteiras. ​ Duas das empresas listadas têm capital internacional. Uma é a Ibérica, uma sociedade entre empresários bascos. A outra é a Gethal Amazonas Madeiras Compensadas, controlada pelo milionário sueco Johan Eliasch e que tem uma empresa uruguaia entre seus sócios. A Gethal é a única do setor de madeiras na lista dos 25 – contrariando o senso comum sobre o desmatamento na Amazônia. Assim como só há uma do setor de carvão, matéria-prima das siderúrgicas, a Líder. A constante alteração de nomes e CNPJs das empresas dos dois setores, com sócios em comum, diminui a reincidência em multas ao longo dos anos. MAIORES DESTRUIDORES, MAIORES CALOTEIROS Ilustração: Amanda Miranda/The Intercept Brasil ​ A atual legislação ambiental brasileira, que determina as multas, só foi consolidada no fim dos anos 1990. Na década anterior, só há dez autuações por crimes contra a flora nos registros do Ibama. E os valores eram irrisórios: em 1996, por exemplo, foram aplicadas 22 multas de R$ 0,01. O cenário começou a mudar em 1998, com a lei 9.605, de crimes ambientais, que estipulou regras e valores maiores em multas para destruidores da floresta. Os números mostram que, ao longo das duas décadas de aplicação da lei, ela afetou principalmente grandes desmatadores. De um total de R$ 34 bilhões em multas por destruição de flora entre 1995 e 2000, R$ 25 bilhões (73,5%) foram aplicados a 4,6 mil pessoas físicas e jurídicas que, em pelo menos um ano do período analisado, tiveram infrações somadas acima de R$ 1 milhão. ​ As sanções, no entanto, não significam que a punição resolve o problema. O Intercept já mostrou que, do total de R$ 75 billhões em multas ambientais já aplicadas desde os anos 1980, só 3,3% foram efetivamente pagos (e o governo tem tomado medidas para receber ainda menos). O valor poderia sustentar o Ministério do Meio Ambiente inteiro por 21 anos. ​ Os pequenos infratores – que o governo insiste em culpar pela destruição do meio ambiente – são os que mais pagam multas. Já os maiores, responsáveis pela destruição das partes mais extensas da floresta, deixam os processos prescreverem e continuam desmatando. ​ O Intercept tentou entrar em contato com os 25 listados por meio do número de telefone listado na Receita Federal. Os dois números da Destilaria Gameleira não funcionam. A página cadastral da empresa de Jeovah Lago Silva, Minuano Sementes, não dispõe de meio de contato. Carlos Alberto Mafra Terra foi contatado por telefone e e-mail, sem sucesso. A Líder Ind e Com de Carvão Vegetal LTDA EPP foi contatada por meio de um e-mail no diretório da Receita Federal, mas a mensagem retornou. Paulo Diniz Cabral da Silva foi contatado por e-mail e WhatsApp, mas não houve resposta. Os telefones de José de Castro Aguiar Filho e Tarley Helvecio Alves, listados na Receita Federal, não funcionam. ​ Veja a lista completa dos 25 desmatadores mais multados entre 1995 e 2020: ​ 1º – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – R$ 421 mi 2º – Agropecuária Santa Bárbara – R$ 323 mi 3º – Antonio Jose Junqueira Vilela Filho – R$ 280 mi 4º – Siderúrgica Norte Brasil S/A – R$ 272 mi 5º – Sidepar Siderúrgica do Pará S.A. – R$ 258 mi 6º – Gethal-Amazonas S.A. Indústria de Madeira Compensada – R$ 231 mi 7º – Gusa Nordeste S.A. – R$ 202 mi 8º – Agropecuária Vitória Régia S/A – R$ 170 mi 9º – Companhia Siderúrgica do Pará – COSIPAR – R$ 157 mi 10º – José Alves de Oliveira – R$ 105 mi 11º – José Carlos Ramos Rodrigues – R$ 101 mi 12º – Fernando Luiz Quagliato – R$ 100 mi 13º – Gilmar Texeira – R$ 99 mi 14º – Hamex Comércio de Produtos Alimentícios Ltda – R$ 94 mi 15º – USIMAR – Usina Siderúrgica de Marabá S/A – R$ 88 mi 16º – Siderurgica Iberica S/A – R$ 87 mi 17º – Giovany Marcelino Pascoal – R$ 86 mi 18º – Tarley Helvecio Alves – R$ 70 mi 19º – Destilaria Gameleira Sociedade Anônima – R$ 69 mi 20º – Carlos Alberto Mafra Terra – R$ 66 mi 21º – Jose de Castro Aguiar Filho – R$ 61,8 mi 22º – Lider Ind. e Com. de Carvão Vegetal Ltda EPP – R$ 61,5 mi 23º – Paulo Diniz Cabral da Silva – R$ 61,1 mi 24º – Siderúrgica Alterosa S/A – R$ 60 mi 25º – Jeovah Lago da Silva – R$ 58 mi ​ Correção – 31 de janeiro, 11h03 O tamanho de um hectare é 10 mil metros quadrados, e não 1 quilômetro quadrado. O texto foi corrigido. ​ ANTES QUE VOCÊ SAIA… Quando Jair Bolsonaro foi eleito, sabíamos que seria preciso ampliar nossa cobertura, fazer reportagens ainda mais contundentes e financiar investigações mais profundas. Essa foi a missão que abraçamos com o objetivo de enfrentar esse período marcado por constantes ameaças à liberdade de imprensa e à democracia. Para isso, fizemos um chamado aos nossos leitores e a resposta foi imediata. Se você acompanha a cobertura do TIB, sabe o que conseguimos publicar graças à incrível generosidade de mais de 11 mil apoiadores. Sem a ajuda deles não teríamos investigado o governo ou exposto a corrupção do judiciário. Quantas práticas ilegais, injustas e violentas permaneceriam ocultas sem o trabalho dos nossos jornalistas? Este é um agradecimento à comunidade do Intercept Brasil e um convite para que você se junte a ela hoje. Seu apoio é muito importante neste momento crítico. Nós precisamos fazer ainda mais e prometemos não te decepcionar. ​ FONTE: https://theintercept.com/2020/01/31/maiores-desmatadores-amazonia/

  • Brasil é o 7º país mais desigual do mundo, melhor apenas do que africanos

    Beneficiária do Bolsa Família e desempregada, Elaine Maria recebe R$ 212 para sustentar a casa e os três filhos Imagem: Carlos Madeiro/UOL Ana Carla Bermúdez, Constança Rezende e Carlos Madeiro Do UOL, em São Paulo e em Brasília, e colaboração para o UOL, em Maceió 09/12/2019 02h01 ​ Elaine Maria, 28, é dona de casa e vive com os três filhos em uma pequena residência no sítio Cimapa, em Rio Largo, na Grande Maceió. Na casa, o esgoto é despejado a céu aberto. Beneficiária do Bolsa Família  e desempregada,  ela recebe R$ 212 para  sustentar a casa. "Com esse dinheiro, só consigo comprar o que é básico", diz. Com o aumento do preço da carne, afirma, passou a fazer substituição do alimento por ovos, salame ou "o que for mais barato". ​ Quem a ajuda é sua avó Júlia Maria da Conceição,  86,  que  recebe  a aposentadoria de um salário mínimo. Entretanto, diz que não consegue bancar os remédios para diabetes e hipertensão, que custam em torno de R$ 200. ​ A desigualdade de renda no Brasil é um dos destaques de um relatório de desenvolvimento humano divulgado hoje pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Segundo o estudo, o Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo, ficando atrás apenas de nações do continente africano. O levantamento tem como base o coeficiente Gini, que mede desigualdade e distribuição de renda. Segundo o Pnud, para esse indicador, zero representa igualdade absoluta e 100 representa desigualdade absoluta. Os dados são de 2017 e, portanto, não dizem respeito à gestão de Jair Bolsonaro (sem partido), que assumiu a Presidência em 2019. Em 2017, o índice do Brasil foi de 53,3. O mesmo valor foi registrado por Botsuana. O país mais desigual do mundo é a África do Sul, que teve um índice Gini de 63. Lá, o apartheid, regime de segregação racial, vigorou por quase 50 anos. Entre os países no topo do  ranking  da  desigualdade,  estão  Namíbia  (59,1), Zâmbia (57,1), República Centro-Africana (56,2), Lesoto (54,2) e Moçambique (54) —todos países do continente africano. Segundo o relatório, o Brasil é mais desigual do que países como o Paraguai (48,8) e a Nicarágua (46,2). Na outra ponta, com um índice Gini de 25, a Ucrânia é o país com menor desigualdade entre sua população. Belarus e Eslovênia, ambos com índice Gini de 25,4, também se destacam pela igualdade na distribuição de renda. ​ Apesar de ocupar o posto de sétimo país mais desigual do mundo,  o Brasil tem  um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) considerado alto, de 0,761 (quanto mais próximo de 1, mais alto é o desenvolvimento humano). Os 20 países mais desiguais do mundo África do Sul - 63 Namíbia - 59,1 Zâmbia - 57,1 República Centro-Africana - 56,2 Lesoto - 54,2 Moçambique - 54 Brasil - 53,3 Botsuana - 53,3 Suazilândia - 51,5 Santa Lúcia - 51,2 Guiné Bissau - 50,7 Honduras - 50,5 Panamá - 49,9 Colômbia - 49,7 Congo - 48,9 Paraguai - 48,8 Costa Rica - 48,3 Guatemala - 48,3 Benin - 47,8                                                                                                                                                            Cabo Verde - 47,2 ​ Em concentração de renda, Brasil fica atrás apenas do Catar O relatório do Pnud destaca, ainda, que apenas o Catar tem maior concentração de renda entre o 1% mais rico da população do que o Brasil. "A parcela dos 10% mais ricos do Brasil concentram 41,9% da renda total do país,    e a parcela do 1% mais rico concentra 28,3% da renda", diz o texto. No Catar, a parcela do 1% mais rico concentra 29% da renda do país. Ajuste às desigualdades sociais faz IDH cair 24,5% Segundo o Pnud, o IDH mascara desigualdades. Por isso, eles criaram um índice que cruza dados de outras pesquisas para ajustar esse número. O Brasil é o país que mais perde posições no ranking quando o IDH é ajustado às desigualdades sociais. O segundo país que mais perde posições é Camarões, que despenca 22 lugares quando feito o ajuste do IDH às desigualdades. Betina Ferraz, chefe da unidade de desenvolvimento humano Pnud, demonstra preocupação com o alto índice de desigualdade verificado no Brasil. "O dado sobre desigualdade não piorou, nem melhorou, o que é muito ruim porque já é baixo que não tem como piorar. Temos várias 'noruegas' dentro do mesmo país, ilhas de prosperidades", disse a economista. Em nota, a assessoria da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro afirmou que o atual governo vem realizando transformações em todas as áreas apontadas no relatório e que o IDH divulgado hoje, que se refere ao ano de 2018, é "reflexo direto das políticas equivocadas que por décadas foram praticadas no Brasil". ​ ​ FONTE: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2019/12/09/brasil-e-o-7-mais-desigual-do-mundo-melhor-apenas-do-que-africanos.htm

  • Grito contra o desmonte da nação ecoa pelo país

    Mais de 200 atos do Grito dos Excluídos aconteceram pelo país entre os dias 5 e 7 de Setembro, denunciando cortes na Educação e nos direitos dos trabalhadores/as; desmatamento e queimadas na Amazônia e os crimes da Vale em Mariana e Brumadinho Já no dia 5/09, em Manaus (AM), cerca de três mil pessoas participaram da Romaria das Águas e do 25º Grito dos/as Excluídos/as. Caminharam 11 quilômetros até a Ponte Rio Negro, local simbólico marcado pelo suicídio e pelo assassinato daqueles que defendem as florestas, a natureza. “É uma forma de darmos visibilidade a tantos gritos que ecoam nos quatro cantos do país e para através da imprensa chamar a atenção da sociedade para as dores dos excluídos e excluídas”, disse Alfa de Jesus, protestando contra as queimadas, em defesa da floresta e da água, um bem-comum. Em coletiva de imprensa, padre Alcimar Araújo, vice-presidente da Cáritas de Manaus que também caminhou em protesto, lembrou. “Estamos trazendo tudo isso para gritar por justiça, por direito e por liberdade. Mas, ao mesmo tempo, o grito é de esperança, porque queremos ajudar o povo a compreender que a defesa da Amazônia nasce da nossa fé, pois estamos falando da criação que está sob a nossa responsabilidade”. Dom Sérgio Castriani, arcebispo de Manaus, também caminhou ao lado de crianças, religiosos, mulheres, migrantes e jovens, fortalecendo o grito das várias pastorais da Arquidiocese manauara. No Amapá, a sexta-feira, dia 6/09, foi reservada para panfletagem na Universidade Federal do Amapá. “Na programação do Grito aqui em Macapá temos grito da juventude contra os cortes na educação e ciência. Também teremos o grito do Movimento dos Atingidos por Barragens, de comunidades quilombolas, das mulheres e outros, contra as políticas do governo Bolsonaro que atingem essas populações. Reivindicamos os direitos ao território, a políticas públicas e outras coisas mais”, disse o estudante Higor Pereira, durante sua panfletagem. O ato, no Amapá, aconteceu no dia 7. Em Barreirinhas, cidade a 250 quilômetros da capital maranhense, o Grito aconteceu também na sexta-feira, em frente à Igreja Matriz. Representantes de quatro comunidades que vivem em torno do lixão da cidade, jovens da Pastoral da Juventude, alguns professores e representantes de outras comunidades se manifestaram pelas ruas da cidade passando pelo fórum, Câmara Municipal, secretaria de educação e prefeitura encerrando o ato na Praça do Trabalhador. Cuiabá (MT) também realizou um pré-Grito na Praça Ipiranga, no centro da cidade. Pessoas em situação de rua e militantes de direitos humanos, indígenas e representantes de diferentes entidades se uniram para chamar a atenção da população. “Hoje reunimos mais de 70 pessoas, o microfone ficou aberto para os protestos e angústias. Lutamos por direitos”, disse Inácio Werner, que articula o Grito em Cuiabá há 25 anos. Werner é coordenador do Fórum Estadual de Direitos Humanos. A praça da Igreja Sagrado Coração de Jesus, em Picos (PI) também foi palco de manifestação no dia 6/09. A concentração aconteceu ali com uma pauta em defesa de direitos sociais, como saúde, educação, previdências e um grito de basta ao feminicídio. “A gente hoje ainda traz para a cidade o grito das mulheres, o clamor das mulheres pela vida. Parem. Não matem mulheres”, clamou Maria Alves do Nascimento. A comunidade de Valparaiso também participou exigindo providências para a situação do lixão a céu aberto, um problema antigo desta área rural. Na sexta, dia 6/09, o Grito dos Excluídos/as ecoou também em João Pessoa (PB). Em Porto Alegre (RS), aconteceu um desfile, dia 6, das crianças e adolescentes das Instituições da Região da Cruzeiro / Porto Alegre, trabalhado o tema do Grito. O 7 de Setembro em Cariacica, cidade localizada na região metropolitana da Grande Vitória (ES), começou cedo no sábado, dia 7. Manifestantes segurando bandeiras e cartazes contra a tortura e o corte nos investimentos em educação, percorreram as ruas da periferia para denunciar o desmonte de direitos no país. “Estamos nas ruas para denunciar o desmonte dos direitos, a violência, as intolerâncias”, disse Fátima Castelan, membro do Centro de Estudos Bíblicos (CEBI). Durante o ato, foram distribuídas cartilhas sobre o abuso de policiais em Cariacica. O objetivo é conscientizar os cidadãos sobre seus direitos, informando o que a polícia pode e o que não pode fazer. A cidade conta com a presença de 100 integrantes da Força Nacional, é um projeto piloto do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Projeto que foi denunciado nesta caminhada. No Santuário de Aparecida (SP), o já tradicional ato, começou às margens do rio onde a imagem da padroeira do Brasil foi encontrada em 1717, no Porto de Itaguaçu. Ali, como há 25 anos, iniciava o Grito dos/as Excluídas/os, sempre ao lado da Romaria dos Trabalhadores/as, que este ano está em sua 32ª edição. O Grito dos Excluídos/as no Santuário denunciou o rompimento das barragens em Mariana e Brumadinho (MG) e a situação dos atingidos/as pelo crime ambiental da Vale, culminando com uma grande ciranda. Às 10h30, foi realizada uma celebração na Basílica. Às 6h ocorreu a romaria do Grito de Nova Iguaçu/RJ, em frente ao Santuário de Aparecida. Sebastião Aranha, militante do Movimento dos Sem Terra (MST) participou do ato em Aparecida. “Estar em Aparecida tem uma simbologia muito grande. Tudo começou aqui há 25 anos”. Para ele, este 7 de Setembro, é um momento de lutar pela garantia das liberdades e dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, além de defender o direitos da famílias agriculturas de plantarem e viverem do campo. “Nos últimos oito meses, nós não tivemos nenhum avanço para a agricultura familiar, não temos crédito, nada, ao contrário. Com a liberação, pelo Ministério da Agricultura, do uso de mais de 250 agrotóxicos - proibidos nos Estados Unidos e Europa - estão atacando a nossa saúde, a nossa vida, quando sobrevoam as áreas rurais e urbanas vão espalhando veneno”, lembra Aranha. À beira da lama Em Congonhas (MG), cidade cercada por 24 barragens, das quais 54% delas têm alto potencial de rompimento, o Grito foi de denúncia contra os crimes da Vale e de alerta à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) que tem o maior número de estruturas (13). O ato começou no Residencial Gualter Monteiro, uma comunidade que vive ao pé da barragem da CSN e que em casos de rompimento da barragem seria atingida em 40 segundos. “A comunidade fica na zona de salvamento. Há muita angústia. Precisamos entender que a conjuntura exige uma unificação das lutas. Neste Grito, optamos por trazer a realidade da comunidade que já é impactada pela mineração”, disse Ivan Trajano que é operador de produção de uma mineradora. A caminhada percorreu os morros da comunidade até o Santuário do Bom Jesus, onde aconteceu uma mística de encerramento com a participação de manifestantes de Mariana e Ouro Preto, de diversas organizações, pastorais, movimentos sociais. Em São Paulo, foram vários os atos. No centro, uma missa foi presidida na Catedral da Sé, e de lá uma passeata com pessoas em situação de rua com padre Júlio Lancellotti e agentes das pastorais sociais e entidades religiosas, manifestaram-se pelas ruas e denunciaram a truculência com que o metrô de SP tem usado para impedir que estas pessoas, já em situação de vulnerabilidade social, abriguem-se do frio e da chuva. Outra manifestação saiu da Praça Oswaldo Cruz, na região do bairro Paraíso, e seguiu até o Monumento às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera. Ali, a Central de Movimentos Populares (CMP), a Marcha Mundial das Mulheres (MMM) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outras entidades, se uniram para denunciar e gritar por direitos. “Hoje é a volta dos caras-pintadas. Estamos nas ruas com sentimento de patriotismo. Dando esse grito em defesa da soberania de nosso país, contra os cortes na educação e em defesa da nossa Amazônia”, disse a estudante Rosana Barroso, 20 anos, da UNE. Para Sonia Coelho, ir às ruas é urgente. “Nós estamos vivendo uma das piores conjunturas do país. Um retrocesso nos direitos da classe trabalhadora. Estamos vendo a tomada da Amazônia pelo agronegócio. Desde o #Elenão, nós mulheres, temos rechaçado Bolsonaro, porque somos nós as mais impactadas, mas nós somos resistência. Damos nosso grito contra a destruição do país”. Miriam Hermógenes, da CMP, exemplifica o impacto negativo deste governo na vida das mulheres. “A extinção do [programa] Minha Casa Minha Vida nos impacta demais. A casa não é um sonho, é um direito, e estão nos tirando este direito”, disse Miriam que denuncia também o aumento da violência contra mulheres, em muitos casos encorajados pelo tom do governo federal. Em Mossoró (RN), cerca de 200 pessoas se reuniram em frente ao Ginásio Poliesportivo, anunciando o grito por igualdade e justiça social, Fora Bolsonaro, Grito por Moradia da Terra Prometida, Grito do MST, Grito da Amazônia e dos Povos Indígenas, o Grito da classe trabalhadora contra o ataque a seus direitos, grito da educação, saúde. Indígenas rechaçam Bolsonaro em atos do Grito O povo Gavião Kyikatêjê, da Terra Indígena Mãe Maria, localizado em Bom Jesus do Tocantins (PA) participou no dia 7, das manifestações do Grito dos Excluídos. As mulheres, vestidas de preto, usaram uma mordaça representando toda a repressão e perseguição do governo federal aos povos indígenas. “Colocamos a mordaça e quando chegamos em frente das autoridades locais, tiramos e gritamos “existir para resistir”, disse a indígena Concita Konxarti. A recusa em demarcar terras indígenas por parte do governo Bolsonaro, com investidas para abri-las para exploração por mineradoras, hidrelétricas e pelo agronegócio vem ameaçando a existência desses povos. O povo Pataxó Hã Hã Hã também se manifestou no município de Pau Brasil, no sul da Bahia. “A nação do povo Pataxó é a nação do Galdino que foi queimado vivo por jovens em Brasília (DF). Eles se manifestaram contra o lixão que continua sendo queimado pela Prefeitura Municipal de Pau Brasil. Manifestaram-se também contra os cortes na Educação”, disse Haroldo Heleno, missionário do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Leste atuando junto aos povos indígenas da região. Em Santarém (Pará) também aconteceram grandes manifestações reivindicando e lutando em defesa da democracia, da liberdade e dos direitos. “Estamos lutando em defesa da nossa Amazônia, denunciando esse sistema de violação que destrói o meio ambiente, a vida do nosso povo, as comunidades tradicionais, expropria direitos territoriais”, disse Sara Pereira, da Fase Amazônia. Segundo Sara, o lema do Grito tocou no cerne dos problemas do país: o sistema. “Este sistema prioriza o agronegócio, a mineração, as hidrelétricas, ele destrói vidas. Gritamos também em defesa da Amazônia, ela é mais do que floresta. É a nossa terra, a nossa casa, o nosso sangue, a nossa história”. O Grito em Fortaleza (CE) ocupou as imediações da Praia do Futuro. “Inúmeras comunidades que vivem no entorno da Praia do Futuro se manifestaram. Elas estão acossadas pela especulação imobiliária, pela política e tendo seus direitos à moradia e à sobrevivência usurpados pelas elites locais”, pontuou Magnólia Said, educadora feminista do Esplar. Em Campinas (SP), o Grito dos Excluídos denunciou a situação de prostituição de crianças e adolescentes. “Estamos inseridos em uma comunidade que está realmente à margem da sociedade e o Itatinga é um bairro no qual o preconceito e a discriminação imperam pela sociedade. É uma realidade única e temos que dar voz a estas pessoas que estão à margem”, disse Fabiana Aparecida Ferreira, diretora de educação infantil de uma Instituição do Centro de Promoção para um Mundo Melhor (CEPROMM). “Trabalhamos esse tema desde os três anos de idade, de maneira lúdica, com rodas de conversas, discussões e mobilizações a ações concretas que envolvem a comunidade e finalizamos com a participação dos alunos no Grito”, disse a professora. Em Caxias do Sul (RS) houve truculência militar contra os manifestantes do Grito dos Excluídos. Rosilene Wansetto, da Rede Jubileu Sul Brasil e da Coordenação Nacional do Grito dos Excluídos, avalia que a 25ª edição reflete o sentimento de indignação da população brasileira em relação ao governo Bolsonaro. “Houve uma enorme diversidade de organizações e pessoas participando e se envolvendo no processo de preparação e nas manifestações. Vemos o país inteiro mobilizado: cidades pequenas, maiores, com muita juventude, inclusive das universidades”, avaliou Rosilene. Ari Alberti, da Coordenação e Secretaria Nacional do Grito desde a primeira edição há 25 anos, avalia que hoje o processo do Grito dos Excluídos é o maior espaço de articulação e mobilização popular do país. “Nesses 25 anos, o Grito conseguiu contribuir para que a sociedade avançasse um pouco na compreensão na forma de você comemorar a comemoração da Pátria. Ela ainda mantém seus enfadonhos desfiles, cavalos e cavaleiros, mas tem outro público que vai à rua neste dia, que é um público que se manifesta, que grita, esperneia, para mostrar que há muito ainda a buscar de Independência”.

  • Grito tomará as ruas do país contra o desmonte do Brasil, em defesa da democracia e da vida

    Em sua 25ª edição, o Grito dos Excluídos acontece neste 7 de Setembro em todo o país com atos nas ruas, rodas de conversa, aulas pública e intervenções artísticas Por Comunicação da Rede Jubileu Sul com informações do Grito dos Excluídos A 25ª edição do Grito dos Excluídos foi lançada nesta terça-feira (03), na sede da CNBB em São Paulo. Com o lema “Esse sistema não vale lutamos por justiça, direitos e liberdade”, representantes de movimentos populares, entidades não-governamentais, das pastorais sociais e do clero da Igreja Católica apresentaram a pauta de reivindicações que estará nas ruas neste sábado, 7 de setembro. A pescadora, ribeirinha e atingida pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), Regiane Soares Rosa denunciou os ataques contínuos da empresa Vale sobre a vida dos atingidos. “A morte do Rio Doce prejudicou todas as famílias da minha comunidade. Ficamos sem trabalho, sem fonte de renda, sofrendo as consequências de termos perdido o nosso rio”, disse Regiane que também é militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). A pescadora, que agora vive em Brumadinho, compartilhou o atual momento após o crime da Vale. “Hoje, a cidade vive um caos, muitos jovens tentam suicídio por não suportarem aquela realidade”, desabafa a atingida. “Este ano, o fator de defesa da vida e do planeta está evidente com a realidade da Amazônia. Queremos uma sociedade que seja socialmente justa, politicamente democrática e ecologicamente sustentável”, diz dom Pedro Stringhini, presidente do Regional Sul 1 da CNBB, que compreende as dioceses do Estado de São Paulo. Para ele, o Grito dos Excluídos tem um significado profundo de ”mobilização e participação popular”. Para dom Pedro Stringhini, o Grito dos Excluídos tem um significado profundo de “mobilização e participação popular”. Para Jardel Lopes, um dos organizadores da 32ª Romaria dos Trabalhadores, a perda de direitos trabalhistas e o desmonte da previdência no último período é preocupante. “Diante de toda a maldade desse sistema, nos resta a esperança da organização do povo, nos resta a teimosia”. É também o que espera Eduardo Fagnani, professor do Instituto de Economia da Unicamp, que destacou as perdas impostas aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras com a aprovação da PEC 06/2019 na Câmara dos Deputados. Para Fagnani é imprescindível que a população pressione os senadores contra a aprovação da retirada de direitos. Ressaltou que desde 2014, a desigualdade social e a pobreza vem no Brasil. Qual o futuro de um país, cujo mais de 50% das crianças vivem em família que estão abaixo da linha da pobreza? O Grito deste ano é correto em afirmar que este sistema não vale”. Para Daiane Horn, da coordenação nacional do Grito dos Excluídos, não faltam motivos para a população brasileira ir às ruas em defesa de direitos, da democracia. A presente publicação foi elaborada com o apoio financeiro da União Europeia. Seu conteúdo é de responsabilidade exclusiva do Instituto Rede Jubileu Sul Brasil e Rede Jubileu Sul Américas e não necessariamente reflete os pontos de vista da União Europeia. FONTE: http://www.jubileusul.org.br/noticias/grito-dos-excluidos-vai-as-ruas-contra-o-desmonte-do-brasil-em-defesa-da-democracia-da-vida/ Confira a Coletiva de Imprensa do 25º Grito dos Excluídos

  • O Grito ecoou no centro e na periferia de Campo Grande (MS)

    No dia 16 de agosto, o Grito ecoou no centro e na periferia de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Ocorreram duas rodas de bate-papo: uma na Praça Cuiabá e outra na ocupação Samambaia. Ecoaram gritos por respeito religioso, valorização da educação superior e básica, direitos da juventude e dos povos da terra, cuidado com a casa comum, solidariedade e contra as diferenças salariais na mesma categoria, racismo, fome. A partir dessa conversa animada o povo apontou a seguinte agenda de Ecos do 25º Grito, em construção: 28 de agosto – Reunião de articulação para o 25º Grito dos Excluídos – FETEMS - 18 horas; 29 de agosto – Roda de Bate Papo – 25º Grito dos Excluídos, na UFMS, em construção; 30 de agosto – Teatro Imaginário Marancangalha – Seminário às 19 horas; 31 de agosto – Religiosidade Aprender para respeitar – Rua Quincas Vieira nº 300 – Vila Nogueira; 05 de setembro - Roda de Bate-Papo – 25º Grito dos Excluídos – Rua Quincas Vieira nº 300 – Vila Nogueira; 07 de Setembro – às 8h, concentração do Grito no centro – local ainda a definir; 13 de setembro – Caldo Teológico sobre a violência contra as Mulheres – Local: Igreja Anglicana 19 horas; 13 de setembro – Primavera da Resistência – Local MST – Rua Juruena, 309 – 19h30min.

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